Não era o que eu procurava quando encontrei este poema abaixo no meu livro querido do Manuel Bandeira - Estrela da Vida Inteira. Mas quando me deparei com esses versos não pude deixar de ser tomada por sua beleza e dramaticidade. Pensei inclusive em dizer feminilidade também, mas quando se trata de amor feminilidade e dramaticidade são verdadeiros sinônimos.
O eu-lírico é uma mulher angustiada, com medo de um sentimento que de tão intenso a machuca profundamente. Seu sofrimento é tanto que ela prefere entregá-lo, desistir dele, pensando assim, na separação. Mas no fundo o que ela tem é insegurança e saudade. Deseja que seu amado esteja ali, ao seu lado, para pra sempre amá-la. Bonito né?! Enjoy!
O eu-lírico é uma mulher angustiada, com medo de um sentimento que de tão intenso a machuca profundamente. Seu sofrimento é tanto que ela prefere entregá-lo, desistir dele, pensando assim, na separação. Mas no fundo o que ela tem é insegurança e saudade. Deseja que seu amado esteja ali, ao seu lado, para pra sempre amá-la. Bonito né?! Enjoy!
A Vigília de Hero
Tu amarás outras mulheres
E tu me esquecerás!
É tão cruel, mas é a vida. E no entretanto
Alguma coisa em ti pertence-me!
Em mim alguma coisa és tu.
O lado espiritual do nosso amor
Nos marcou para sempre.
Oh, vem em pensamento nos meus braços!
Que eu te afeiçoe e acaricie...
Não sei porque te falo assim de coisas que não são.
Esta noite, de súbito, um aperto
De coraçõ tão vivo e lancinante
Tive ao pensar numa separação!
Não sei que tenho, tão ansiosa e sem motivo.
Queria ver-te... estar ao pé de ti...
Cruel volúpia e profunda ternura dilaceram-me!
É como uma corrida, em minhas veias,
De fúrias e de santas para a ponta dos meus dedos
Que queriam tomar tua cabeça amada,
Afagar tua fronte e teus cabelos,
Prender-te a mim por que jamais tu me escapasses!
Oh, quisera não ser tão voluptuosa!
E todavia
Quanta delícia ao nosso amor traz a volúpia!
Mas faz sofrer... inquieta...
Ah, com que poderei contentá-la jamais?
Quisera calmá-la na música... Ouvir muito, ouvir muito...
Sinto-me terna... e sou cruel e melancólica!
Possui-me como sou na ampla noite pressaga!
Sente o inefável! Guarda apenas a ventura
Do meu desejo ardendo a sós
Na treva imensa...
Ah, se eu ouvisse a tua voz!
E tu me esquecerás!
É tão cruel, mas é a vida. E no entretanto
Alguma coisa em ti pertence-me!
Em mim alguma coisa és tu.
O lado espiritual do nosso amor
Nos marcou para sempre.
Oh, vem em pensamento nos meus braços!
Que eu te afeiçoe e acaricie...
Não sei porque te falo assim de coisas que não são.
Esta noite, de súbito, um aperto
De coraçõ tão vivo e lancinante
Tive ao pensar numa separação!
Não sei que tenho, tão ansiosa e sem motivo.
Queria ver-te... estar ao pé de ti...
Cruel volúpia e profunda ternura dilaceram-me!
É como uma corrida, em minhas veias,
De fúrias e de santas para a ponta dos meus dedos
Que queriam tomar tua cabeça amada,
Afagar tua fronte e teus cabelos,
Prender-te a mim por que jamais tu me escapasses!
Oh, quisera não ser tão voluptuosa!
E todavia
Quanta delícia ao nosso amor traz a volúpia!
Mas faz sofrer... inquieta...
Ah, com que poderei contentá-la jamais?
Quisera calmá-la na música... Ouvir muito, ouvir muito...
Sinto-me terna... e sou cruel e melancólica!
Possui-me como sou na ampla noite pressaga!
Sente o inefável! Guarda apenas a ventura
Do meu desejo ardendo a sós
Na treva imensa...
Ah, se eu ouvisse a tua voz!
4 comentários:
Altamente subliminar...
Pra quem entender...
mas discurdo quanto ao eu-lirico ser mulher...
Isso não é discutível.. isso eh um fato... não tem nada de subjetivo quanto ao sexo do eu-lírico...
Bom... acho que esta senhora é uma profissional...
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