segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mulheres à beira de um ataque de nervos


O telecine me deu um excelente presente de férias: uma semana com filmes do meu queridíssimo Pedro Almodóvar. Pude assistir pelo menos três filmes que nunca havia visto e ainda consegui gravar dois deles. Infelizmente foi o clássico "Mulheres à beira de um ataque de nervos" que me escapou da gravação - logo o filme que fez esse diretor espanhol conhecido internacionalmente.
Almodóvar, pra mim, é o grande pai das protagonistas mexicanas. Além da língua espanhola e do gosto pelos dramas, foi ele quem começou a centralizar suas narrativas no sexo feminino. Um homem criado numa casa repleta de mulheres e ainda homossexual, sabe como ninguém expressar todas as qualidades e defeitos de nosotras. Amante das cores fortes, dos saltos altos, dos enormes acessórios, além de músicas melodramáticas, Almodóvar é o diretor dos excessos, o que faz com que seus filmes tenham sempre uma forte carga de humor.
Os homens aparecem em suas estórias com pequenos papéis e pouco caráter. São sempre os culpados pelas atitudes mais insanas das mulheres. E é por isso que "Mulheres à beira de um ataque de nervos" ganha um lugar cativo na história do cinema. É um filme que conta com a protagonização de Carmem Maura, uma das atrizes preferidas de Almodóvar, presente na maioria de seus filmes. Ela protagoniza Pepa, uma mulher que ao querer se livrar das coisas do seu ex-amante conhece a ex-mulher dele e seu filho. Ao mesmo tempo aparece uma amiga que pede sua ajuda por estar envolvida com um terrorista xiita e ter medo de ser presa como cúmplice. Com isso, sai a procura de uma advogada e a descobre como atual amante de seu ex - uma feminista que também não resistiu à bela voz de Ivan, o culpado de toda essa confusão. Grávida de seu ex-amante, Pepa o salva das loucuras de sua ex-mulher que pretendia matá-lo e o abandona com a cabeça erguida e curada desse mal amor.
E é assim que termina boa parte de seus filmes. Embora todas as dores sofridas, as mulheres sempre chegam ao final curadas e lindas. E é por isso que Almodóvar é o grande pai de todas as protagonistas, porque a gente pode até sofrer de amor, mas sempre sobrevivemos curadas e mais lindas do que nunca - prontas pra outra - pro verdadeiro amor.

O sexo frágil


Ontem, ao descer para pegar uma caixa de leite no carro da minha mãe, encontrei duas simpáticas senhoras que abriram a porta do elevador pra mim e comentaram - "minha filha, não faça uma coisa dessas, isso é tarefa pra homem." Eu retruquei dizendo - "mas não tem nenhum homem em casa no momento". E elas finalizaram com um tom de revolta - "e ainda dizem que somos o sexo frágil". Então sorri, agradeci e entrei em casa com uns 10kg no colo me sentindo a mulher maravilha. No entanto, fiquei pensando: qual o problema em ser frágil?!

Sabemos que hoje as mulheres assumem muitos papéis na sociedade: são mães, pais, provedoras do lar, doces, amargas, enfim, sem oportunidade para exercer a fragilidade feminina. Mas o problema, é que jovens mulheres, que ainda não exercem nenhum desses trilhões de papéis das mais adultas, tem tido a necessidade de se mostrarem fortes o tempo todo, principalmente para os homens. Porque?! Pra que?! O que elas querem provar com isso?! Que são mais fortes que os homens (em que sentido exatamente?!) ?! Nunca entendi muito bem essa atitude.

Esse feminismo todo até hoje não nos levou a lugar nenhum. Só nos deixou mais sobrecarregadas (acho que já discuti isso aqui, não sei, mas repetir a argumentação faz me sentir repetitiva, talvez porque eu já tenha debatido muito esse assunto). Não é que eu seja machista, longe disso. Acho que o homem tem que cooperar na arrumação da casa, no cuidar dos filhos, assim como a mulher no orçamento da casa. Mas poxa, quero ser a parte frágil sim. Não quero carregar muito peso, quero me deixar ser levada, quero chorar com qualquer cena romântica, quero ser tratada sempre com muita delicadeza, sem grosseria e me sentir protegida o tempo todo em que eu estiver ao lado dele... assim como qualquer protagonista. Am I right girls?! ;)



quinta-feira, 10 de julho de 2008

El sueño y La Pesadilla


"Los sueños son el genero; la pesadilla, la especie." É com tal frase que Jorge Luis Borges, escritor argentino, começa seu texto "La pesadilla", que para quem não sabe, significa pesadelo em português. E como ele bem disse, pesadelo é uma espécie de sonho, do tipo ruim, que aflige e perturba. E foi lendo tal texto que tive vontade de vir aqui pensar mais sobre isso - já que escrever, pra mim, é obrigar-me a organizar pensamentos que surgem aleatórios mas que me dão grande prazer em pensar.
Os meus sonhos e pesadelos correspondem sempre às coisas que estiveram na minha mente no dercorrer do dia, ou que passaram pelos meus olhos e de certa forma chamaram a minha atenção ou até mesmo algo que alguém tenha me dito. Raramente é algo aleatório, algo que naquele dia eu não tenha vislumbrado. O estranho é que as vezes tenho um dia super tranquilo mas acabo tendo um pesadelo a noite. Nunca entendi muito bem o que nos faz ter pesadelo e o que nos faz ter sonho - embora eu nunca tenha tido pesadelo num dia em que eu tenha ido dormir bem feliz. Não consigo acreditar que os sonhos possam ter signifcados, embora acredite sim que Deus possa falar conosco através deles, mas aquele lance de livrinho dos significados dos sonhos.... ahh aí já é demais!
Outra coisa interessante é o jeito com que lembramos do sonho no dia seguinte. Nunca recordamos de todos os detalhes e talvez até acrescentemos algumas coisinhas na hora de contá-lo a alguém, não propositalmente, é claro. Temos determinados sonhos que são verdadeiras obras dramáticas. Eu sonho sempre com roteiros completos e produção de alto nível, com figurino, penteados e trilha sonora, além de não deixar de ser protagonista nem quando estou dormindo, pois levo sempre este personagem que vos fala pra cama. A verdade é que meus roteiros são sempre muito confusos, com pouquíssimo sentido, assim como a maioria dos últimos filmes da maratona odeon, que se eu já não estivesse dormindo me fariam cair no sono.
Para mim, a parte mais legal do sonho é o diálogo, pois me intriga o fato de nos surpreendermos com a resposta do outro no nosso sonho já que fomos nós mesmos que bolamos a resposta dele. Como pode haver qualquer tido de surpresa se somos nós que criamos tudo?! É porque na verdade separamos muito bem o roteirista do personagem nessa hora. Brincamos de Deus. Fazemos a nossa estória, por mais confusa que ela pareça. E assim como nas novelas mexicanas, o caráter do personagem fica mais acentuado no sonho. A pessoa má, é sempre muito má, enquanto que a pessoa boa é muito boa, o amado é mais amável, o beijo é mais caliente, a felicidade é muito mais feliz enquanto que a tristeza é muito mais triste. Enfim, o sonho é tão novela mexicana que só falta falar espanhol (rs.. realiza?! rs).
Não sei se já fizeram isso, mas eu muitas vezes já carreguei comigo alguns sonhos. Simplesmente não deixei de pensar naquela estória no dercorrer do dia, já que a sensação que ela me proporcionava era igual a de um final de novela. Outras vezes também, determinei o sonho que teria. Antes de dormir pensava em coisas que eu gostaria que acontecessem e simplesmente as imagiava antes de dormir e viajava por elas durante o sono. Lembro-me que isso era muito recorrente na minha adolescência. Hoje, quando sonho, pois o cansaço do dia muitas vezes não me permite sonhar ou pelo menos lembrar do que se sonhei, são sonhos bagunçados e quase sem sentido, misturando todo o meu dia.
Graças a Deus, raramente tenho pesadelos durante a noite, mas quando eles ocorrem chegam a ser engraçados de tão dramáticos. No meu último pesadelo, briguei com o meu pai que loucamente queria roubar o meu notebook [rsrs] - uma coisa totalmente absurda. Mas enfim, quando acordei fiquei com uma sensação estranha pois não sabia se eu estava chateada ou não com o meu pai. Aliás tem muitos sonhos e pesadelos que nos confundem ao acordarmos, pois pareciam tão reais que as vezes podemos jurar que aquilo aconteceu de verdade.
Infelizmente, posso dizer que nós, como brasileiros, temos tido mais pesadelos acordados do que dormindo nestes últimos meses. Ouvimos tantos casos de violência, que nem nos nossos mais terríveis pesadelos poderíamos imaginar. Assistir ao jornal ultimamente tem arrancado de mim mais lágrimas do que qualquer filme dramático. Por isso, sempre que acordo, desejo carregar para o meu dia o gosto delicioso dos sonhos, para nem imaginar a possibilidade de sentir o amargor do pesadelo violento da vida real. Que Deus nos proteja.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A magia da minha vida.


Há semanas atrás, li um post no blog de uma querida amiga (Bibi) falando sobre momentos mágicos. Assim que li tive vontade de correr pra cá e escrever um pouco sobre as minhas experências com a magia sobrenatural de um simples momento da vida. Mas por motivos que já não me recordo acabei deixando passar e escrevendo sobre outras coisas, embora em nenhum momento eu tenha esquecido deste tema.
Graças a Deus posso dizer que sou abençoada com muitos momentos deste tipo, mas tem um especial que preciso contar aqui. A maioria das pessoas que lêem este blog já sabem do ocorrido, mas acontecimentos mágicos devem ser sempre relembrados.
Podemos dizer que tais momentos são aqueles em que sentimos o mundo parar derepente. Em que sentimos que o nosso olhar sobre as coisas viram câmeras cinematográficas registrando cada detalhe. São momentos em que temos a absoluta certeza de que Deus está presente. E este dia que dividirei com vocês foi assim.
Foi numa sexta-feira. A data exata já não me lembro. Mas algo me diz que foi final de julho ou inicio de agosto do ano passado. A companhia, ou melhor, as companhias eram as melhores possíveis - minhas duas grandes amigas e protagonistas Rossana e Ingrid - essenciais na minha vida. Nós que já nos conhecemos a pelo menos uma década, mas que selamos a nossa amizade há uns 5 anos mais ou menos, temos o costume de irmos sempre juntas ao show do Pedro Mariano e, é claro, que sem os nossos namorados, já que é um momento bem "mulézinha" que gostamos de preservar. Todos os shows a que fomos juntas foram especiais e imortalizados nos nossos corações, mas houve um específico, que não foi do Pedro Mariano, aliás foi o primeiro show que fomos juntas que não foi dele e tampouco no Canecão como todos os outros. Foi um show da Diva Marisa Monte - muito admirada por todas nós. Lembro-me que dias antes quando fomos comprar o ingresso, tomamos uma facada absurda em nossos bolsos, mas não desistimos depois de todo o trabalho que tivemos em ir ao Vivo Rio comprá-lo.
No dia do show, tive um dia super agitado no Iniciativa Jovem da Shell, mas estava super feliz com tudo que estava acontecendo comigo, mesmo que nesta época o coração ainda estivesse partido de um recente desamor. Mas a tristeza não me abatia, estava empolgada com o show e sentindo Deus cada vez mais perto. Cheguei à casa já super em cima da hora, me arrumei rapidinho e fomos para o Vivo Rio. Chegando lá sentamos numa mesa para 4 pessoas, sendo que éramos 3. Com isso, ficamos torcendo pra que ninguém ocupasse aquele lugar para ficarmos bem a vontade com as nossas conversas e com a nossa cantoria. Mas eis que um homem, já como os seus 40 e requebrados, sentou-se ao meu lado em nossa mesa. Ok, diminuimos a intensidade da conversa e eliminamos os assuntos mais pessoais, já que a educação nos foi muito bem dada.
À minutos de começar o show, o cavalheiro ao meu lado pede uma garrafa de vinho ao garçon. Nos entreolhamos e pensamos com os nossos botões: ora, ele vai beber tudo sozinho?! Aff... [rsrs]. Mas logo que o garçon trouxe a garrafa e a abriu, o moço recebeu uma ligação que o obrigou a nos deixar. Antes disso, perguntou-nos se bebíamos vinho e chamou o garçon pedindo novas taças. Então, pagou a conta e partiu. Nós simplesmente não conseguíamos acreditar no que estava acontecendo: "como assim?! O cara pede uma garrafa de vinho cara como essa, mal dá um gole, paga e se manda?! Só pode ser pegadinha [rsrs]" Como não estamos acostumadas a presentes caídos do céu, ficamos desconfiadas no início mas logo nos empolgamos e brindamos alegremente àquele momento mágico. Talvez ele não saiba, mas nos deixou o melhor presente que alguém poderia nos dar naquela noite. O vinho era um tinto seco delicioso e realmente caro.
Depois de tudo o que aconteceu, não tenho mas a menor dúvida de que àquele homem era um anjo de Deus abençoando a nossa amizade. Uma amizade que é fortalecida não pelas nossas afinidades, mas pelo trabalho de Deus, pelos laços do sangue de Cristo que nos faz estar juntas aconteça o que acontecer, trabalhando para a obra Dele e sendo sempre um ombro amigo pra outra, tendo sempre uma palavra doce e, é claro, tendo a mais engraçada zuação, até porque a gente só zoa quem ama [né amigas?!].
Pra que aquele momento fosse realmente mágico, eu também não tenho dúvidas de que elas precisavam estar comigo, senão nada daquilo teria tido o mesmo sentido, já que nenhum momento é mágico se as pessoas que estão ao nosso lado não são a magia da nossa vida. Amo vocês!!!!!